(Marcos Alexandre)
Quando fecho meus olhos
Adentro em um orbe turvo
Formado por personagens
Predispostos a uma dinâmica estranha.
Caminhando pelo centro desta sociedade
Vejo seres míticos, horrendos e selvagens
Com suas cabeças sobrepostas a peças de xadrez
Deslizando conforme um interesse desconhecido.
Tal aquarela é chocante à minha alma:
Fujo, pois, a passos largos rumo à periferia
Ansioso por tocar em impressões extáticas
Nada encontro senão reproduções esquálidas de uma ordem.
Após a ingestão de uma bebida impregnada de fealdade
Abro os meus olhos e apalpo a concretude que me rodeia
Para mim qual grande é a surpresa
Tudo que vira nada mais é uma imagem do meu espelho.